sexta-feira, 8 de junho de 2012


MEU NOVO LIVRO:  CARREGADOS DE SONHOS
APRESENTAÇÃO

              Muitas informações, as mais precisas, para construir este romance foram pesquisadas em vários escritos sobre a história de Brasília que constam do acervo do Arquivo Público do Distrito Federal. As demais, colhidas de personagens reais que participaram do Grande Empreendimento de Juscelino Kubitschek, são contadas por dentro; a parte humana, as lutas daqueles que se arriscaram sem medir esforços, arregaçando as mangas e partindo em busca de um sonho comum; o sonho dos grandes (governantes, políticos e pensadores), e dos pequenos; homens simples e corajosos.
            Entre os nordestinos sedentos de trabalho e de crescimento fizeram parte uma família, cuja saga está nas próximas páginas, que sofreu as consequências das secas da região e, como tantas outras, migraram para o centro oeste do país, numa trajetória de sofrimento e perseverança, com a perspectiva de uma vida melhor; para eles apenas a sobrevivência. Uma narrativa emocionante que o caro leitor acompanhará ciceroneado pelo narrador.
            O maior objetivo do romancista é que suas personagens, criaturas surgidas de sua mente, reais ou ficcionais, se tornem íntimas dos leitores e sejam pessoas que falam, se movimentam, sentem e vivem. Neste romance, leitor e personagens se familiarizam através de diversas vozes dentro da maior sofisticação da técnica; a simplicidade.




A autora


quinta-feira, 7 de junho de 2012

ORELHA DE CARREGADOS DE SONHOS


ORELHA  - 1


            O novo livro de Conceição Alves, Carregados de Sonhos, fala da trajetória de uma família nordestina e da construção da nova capital do país, Brasília, no fim dos anos cinquenta.
Como milhares de nordestinos, os personagens ouviram surpresos a “boa nova” que acenava com a realização dos desejos de uma vida digna. Livrar-se das dificuldades causadas pelas secas recorrentes na Região e o fascínio pelas noticias que de lá chegavam, misturavam-se à esperança e ao medo da perda de suas raízes.
Mas partiram, cheios de saudades e sonhos, o pai, a mãe e o filho, em direção ao Planalto Central deixando a terra, parentes, amigos, as alegrias em tempos de colheita e, abrindo caminho para grande parte da família.
A autora optou pela narração em primeira pessoa entregando ao filho mais novo, agora com cerca sessenta anos, o relato dos acontecimentos e sem se preocupar com a interlocutora faz quase um desabafo. Amanhecia, quando a sobrinha depois de uma escuta paciente adormece no sofá, com a saga da família na cabeça, pronta para ser registrada.
Logo sentiu que era preciso completá-la através de documentos oficiais, estudos, fotografias, enriquecendo-a com outro olhar. Pode-se então, ler duas histórias: a saga dos trabalhadores e de suas famílias e a dos responsáveis pela construção da Capital atendendo à convocação do então Presidente Juscelino Kubistchek.
            Os fatos narrados se mesclam, se fundem no trabalho nos canteiros de obras onde mergulharam junto a outros candangos, vindo de várias partes do país.
O livro vem enriquecer a memória desse histórico momento.

                            Mila Cerqueira

domingo, 3 de junho de 2012


                            A ARTE DE NARRAR

                                              

Conceição Alves – Membro da Academia Pesqueirense de Letras e Artes



     Vamos pensar porque o ser humano, desde os seus primórdios, sempre se apresentou como aquele que tem, por fundamento ontológico, a necessidade de narrar, de transmitir sua história e experiências ao longo da vida.

     Anteriormente à escrita, no interior das grutas, na superfície das rochas, o homem primitivo  nos deixou o testemunho de sua passagem pela Terra, pintando seu cotidiano, na forma mais rudimentar, utilizando-se do recurso às imagens para se comunicar.

     Com a invenção da imprensa alcança-se definitivamente a possibilidade de se divulgar, para um número maior de leitores, as informações e fatos de nossa história como também esse modo singular de fazer arte através da escrita, que é a Literatura.

       Contar uma história da vida real ou do mundo imaginário da ficção, sob as mais diversas formas de narrar; crônica, conto, novela, romance. Um fato histórico, a saga de uma família, uma biografia, a cena de um crime, uma história de amor e muitas outras.

     O ser humano sempre foi um contador de estórias, motivado por uma intensa e profunda necessidade de comunicação, através desses diversos caminhos e estilos encontrados pelos escritores para transmitir pensamentos, emoções, sonhos e fantasias.

Os Memorialistas, que se dedicam a retratar a memória de um povo.

Os Historiadores, que buscam encontrar a origem dos fatos históricos. 

Os Biógrafos, que relatam a vida de personagens famosos da nossa história.

Os Poetas, que encontram, na poesia, esse meio encantado de narrativa para nos falar de suas emoções.

Os Contistas, que conseguem ,em poucas palavras, nos apresentar relatos densos de experiências vividas.

Os Romancistas que nos trazem, através da narrativa da estória  de seus personagens, aspectos muitas vezes relacionados às  suas próprias vidas.

Os Haicaistas, que conseguem, tão sucintamente, nos falar de emoções universais através de uma ou duas palavras.

Os Cordelistas com uma narrativa quase que épica do sertão nordestino,

Os que buscam, na literatura de  Humor, uma forma mais descontraída de narrar as verdades do cotidiano.