segunda-feira, 17 de setembro de 2012

COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO CARREGADOS DE SONHOS POR MARCO JUNO FLORES


Conclui hoje, com alegria, a leitura de "Carregados de Sonhos" da colega Conceição Alves.

Olha, gostei.

No seu ritmo de prosa a nossa querida acadêmica pesqueirense contou a história. E mais do que isso: assumiu um estilo próprio, pleno de técnicas refinadas, as quais foram conduzidas com segurança, do principio ao fim do livro. Em alguns momentos eu relia o texto para conferir a desenvoltura da autora:

 

“Ao raiar do dia, estava com sono, a história toda na memória, alguns tópicos no papel para se garantir. Dormiu ali mesmo recostada no sofá. Despertou com a cabeça cheia de ideias."

 

Aí, a falsa terceira pessoa foi a opção da autora. Ficou legal.

 

Um narrador oculto (SMJ) apossou-se da narrativa – isto quando os personagens lhe davam alguma oportunidade - do princípio ao fim. Não me lembro de ter visto, em nenhum momento, uma narrativa onisciente. Não me lembro também de qualquer opinião própria manifestada pelo narrador.

 

A história pode até ser a mesma de milhares de pessoas que viveram aqueles tempos, mas alguém teria de contá-la, e isso Conceição o fez bem. A ideia de entregar a narrativa, na sua essência, aos personagens, renunciando ao discurso indireto, me pareceu outra opção interessante da autora. Dá maior credibilidade.

E por ai se foi a colega na missão de “ghost writer” de luxo. Fugiu da narrativa em terceira pessoa, o que faria o escritor comum.

A SINFONIA DA ALVORADA

História da Sinfonia.

A Sinfonia da Alvorada, que mais tarde ficou conhecida como Sinfonia de Brasília, foi encomendada a Vinicius de Moraes e Tom Jobim pelo Presidente Juscelino Kubitschek desde fevereiro de 1958, mas o trabalho da dupla foi adiado por causa de protestos contra a construção da cidade, originados principalmente nas áreas de oposição ao governo.

Mais tarde, Juscelino reiterou o convite através do arquiteto Oscar Niemeyer, que transmitiu a Vinicius a vontade do Presidente de ter a Sinfonia pronta antes de 21 de abril de 1960, dia marcado para a inauguração da capital.

A convite do Presidente, Tom e Vinicius passaram uma temporada em Brasília, para conhecer o local onde a cidade estava sendo construída.

Mas Brasília foi inaugurada sem a Sinfonia. Planejaram, então, uma nova data para apresentação; um espetáculo de luz e som para o dia 7 de setembro de 1960. Também não aconteceu por causa dos altos custos apresentados pela empresa francesa Clemançon, que proveria o equipamento e a tecnologia para o evento.

Finalmente, em 1966, a Sinfonia da Alvorada foi apresentada em primeira audição, na TV Excelsior de S. Paulo. E só em 1986, decorridos 26 anos da inauguração e após a ditadura militar, ocorreu uma segunda apresentação na Praça dos Três Poderes em Brasília.   Juscelino já havia morrido e Vinícius de Moraes. O texto de Vinícius foi falado pela filha Suzana de Moraes e por Tom Jobim.

A Sinfonia é dividida em cinco partes:

1 - O Planalto e o Deserto

2-  O Homem

3 - A Chegada dos Candangos

4 - O Trabalho e a Construção

5– Coral

O vídeo apresenta a terceira e a quarta parte da Sinfonia: A Chegada dos Candangos e O Trabalho e a Construção, textos que tem mais a ver com o livro Carregados de Sonhos de Conceição Alves.