Conclui
hoje, com alegria, a leitura de "Carregados de Sonhos" da colega
Conceição Alves.
Olha,
gostei.
No
seu ritmo de prosa a nossa querida acadêmica pesqueirense contou a história. E
mais do que isso: assumiu um estilo próprio, pleno de técnicas refinadas, as
quais foram conduzidas com segurança, do principio ao fim do livro. Em alguns
momentos eu relia o texto para conferir a desenvoltura da autora:
“Ao raiar do dia, estava com sono, a
história toda na memória, alguns tópicos no papel para se garantir. Dormiu ali
mesmo recostada no sofá. Despertou com a cabeça cheia de ideias."
Aí,
a falsa terceira pessoa foi a opção da autora. Ficou legal.
Um
narrador oculto (SMJ) apossou-se da narrativa – isto quando os personagens lhe
davam alguma oportunidade - do princípio ao fim. Não me lembro de ter visto, em
nenhum momento, uma narrativa onisciente. Não me lembro também de qualquer opinião própria
manifestada pelo narrador.
A história pode até ser a mesma de milhares de pessoas que
viveram aqueles tempos, mas alguém teria de contá-la, e isso Conceição o fez
bem. A ideia de entregar a narrativa, na sua essência, aos personagens,
renunciando ao discurso indireto, me pareceu outra opção interessante da
autora. Dá maior credibilidade.
E por ai se foi a colega na missão de “ghost writer” de luxo.
Fugiu da narrativa em terceira pessoa, o que faria o escritor comum.