A ARTE DE NARRAR
Conceição
Alves – Membro da Academia Pesqueirense de Letras e Artes
Vamos pensar porque o ser humano,
desde os seus primórdios, sempre se apresentou como aquele que tem, por
fundamento ontológico, a necessidade de narrar, de transmitir sua história e
experiências ao longo da vida.
Anteriormente à escrita,
no interior das grutas, na superfície das rochas, o homem primitivo nos
deixou o testemunho de sua passagem pela Terra, pintando seu cotidiano, na
forma mais rudimentar, utilizando-se do recurso às imagens para se comunicar.
Com a invenção da
imprensa alcança-se definitivamente a possibilidade de se divulgar, para um
número maior de leitores, as informações e fatos de nossa história como também
esse modo singular de fazer arte através da escrita, que é a Literatura.
Contar uma história da vida real ou do
mundo imaginário da ficção, sob as mais diversas formas de narrar; crônica,
conto, novela, romance. Um fato histórico, a saga de uma família, uma
biografia, a cena de um crime, uma história de amor e muitas outras.
O ser humano sempre foi
um contador de estórias, motivado por uma intensa e profunda necessidade de
comunicação, através desses diversos caminhos e estilos encontrados pelos
escritores para transmitir pensamentos, emoções, sonhos e fantasias.
Os Memorialistas, que se dedicam a
retratar a memória de um povo.
Os Historiadores, que buscam encontrar a origem dos fatos históricos.
Os Biógrafos, que relatam a vida de
personagens famosos da nossa história.
Os Poetas, que encontram, na poesia, esse
meio encantado de narrativa para nos falar de suas emoções.
Os Contistas, que conseguem ,em poucas
palavras, nos apresentar relatos densos de experiências vividas.
Os Romancistas que nos trazem, através da
narrativa da estória de seus personagens, aspectos muitas vezes relacionados
às suas próprias vidas.
Os Haicaistas, que conseguem, tão
sucintamente, nos falar de emoções universais através de uma ou duas palavras.
Os Cordelistas com uma narrativa quase que
épica do sertão nordestino,
Os que buscam, na literatura de Humor, uma forma mais descontraída de
narrar as verdades do cotidiano.
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